Sob o frescor do ar úmido e salgado da costa do Maine, as histórias de dois garotos, Jack Backer e Early Auder, se entrelaçam.
Por meio de um diálogo jovial, doce e sincero, o enredo se desdobra trazendo à superfície os conflitos dos personagens.
O livro, Em algum lugar nas estrelas, de Clare Vanderpool, nos remete a um “bromance” clichê, típico dos Estados Unidos.
No entanto, a narrativa se destaca por ser peculiar e sincera.
Questões que nos permeiam, como relações complicadas com os pais e a perda de entes queridos, tornam-se o gatilho que liga cada emenda da história.
No enredo de Em algum lugar nas estrelas, conseguimos sentir uma certa ligação com a aflição e a confusão dos personagens.
Quase nos sentimos como se fôssemos eles.
Clare Vanderpool, serviu-se de alguns elementos pouco abordados na maioria das histórias, e transformou a sua obra em um romance muito gostoso de se ler.
As suas narrativas se cruzam e se intercalam umas com as outras, nos dando o prazer de acompanhar o desenrolar de cada personagem.
No livro, Em algum lugar nas estrelas, cada personagem tem um limiar e um desfecho na história.
Isto é reconfortante, em minha opinião, pois francamente, não aprecio quando um autor termina com pontas soltas.
Aliás, se o leitor procura neste livro, algo mais do o simplório ato de passar o tempo, certamente irá se surpreender e se encantar com o que as páginas têm a mostrar.
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A escolha da época, situada no período caótico da Segunda Guerra Mundial, obviamente contribuiu para a delicadeza da história.
Dessa forma, todos os elementos possuem uma importância significativa no enredo, que se desdobra perfeitamente às sutilezas da década de 40.
A parte gráfica do livro é de deixar o leitor imensamente satisfeito com a compra.
Com desenhos de constelações presentes em cada capítulo e com uma ilustração digna de adornar um quadro, podemos dizer que é um livro perfeito para se ter em coleção.
Posso dizer que a forma com que Clare Vanderpool nos apresentou a história de Pi, e de como ela estava ligada com Early, foi certeira.
Em minha opinião, apenas, senti que esta narrativa deveria ter sido mais abordada, pois ficou muito interessante.
Assim, posso dizer que eu esperava mais do desenrolar de Pi.
Acredito que o desfecho final dado a Pi, poderia ser mais elaborado e ter ocupado um espaço maior dentro das narrativas finais.
Em suma, a parte mais importante da história é a sua moral. E a moral de Em algum lugar nas estrelas, é a amizade que surge entre Jack e Early.
Ambos jovens pré adolescentes e totalmente diferentes, mas que se complementam ao longo da história.
Jack conseguiu superar parte da dor sentida pela perda da sua mãe por causa do seu estranho amigo Early.
E foi assim também com o sentimento de inadequação quando partiu para Morton Hill.
Early se tornou um companheiro, e por causa de uma grande aventura, mostrou o verdadeiro significado do que é ser amigo e ter alguém com quem contar.
Early também superou alguns conflitos com a ajuda de Jack.
Pode-se dizer que, além do seu ruído branco e das canções de dias chuvosos de Billie Holiday, Jack também representava uma fonte de companheirismo e conforto para si.
No livro de Clare Vanderpool, há o frescor do ar salgado mesclando ao verde musgo dos pinheiros selvagens.
Há também uma aventura de alguém que buscava o seu retorno para casa, mas não tinha a coragem para retornar.
E Early, e Jack e a amizade entre eles foram capazes de ajudar. Não só a quem desejava regressar, mas também quem precisava descansar.
E com isso, com todas as tramas finalizadas e emendadas com seus nós, o livro se fecha, nos deixando com uma doçura e reconforto por termos tido a sorte de encontrarmos algo tão agradável.
O que eu aprendi com o livro: não importa como seja, se tivermos apenas uma única amizade que valha a pena, não estamos sozinhos no mundo.
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