Por trás do livro Florence and Giles, há uma sinopse que nos remete a uma história leve e vestida de fantasia.
Parecida, talvez, como um conto fantástico que povoa a mente de jovens sonhadores.
O título de A Menina que não Sabia Ler, em português, traz recordações de um grande e apaixonante romance, A Menina que Roubava Livros, e por isso, nos induz a achar que ambos os enredos serão parecidos.
Contudo, o marketing a respeito da obra no Brasil é decepcionante.
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Claramente, quando o leitor se familiariza com a história, percorrendo as suas primeiras páginas, percebe que o título e a capa, nada tem a ver com o enredo escrito pelo escritor inglês John Harding.
Primeiras Impressões
O romance, se é que pode ser chamado assim, fora escrito em consonância aos escritos de contos sombrios e misteriosos dos escritores Henry James e Edgar Allan Poe.
Logo, uma capa “florida” e com elementos remetentes aos encantos da imaginação, não condizem com o ar gótico e melancólico que originalmente estão presentes nas capas estrangeiras.
O que está escrito na sinopse?
Sinopse
Nova Inglaterra. Em uma distante e decadente mansão, onde nada é o que parece, dois irmãos são negligenciados pelo seu tutor e tio.
A jovem Florence, de apenas 12 anos, passa os dias cuidando de seu irmão mais novo Giles e perambulando pelos corredores, em uma rotina tediosa e desinteressante. Até que, um dia, a menina encontra a biblioteca proibida da mansão, e apaixona-se por ela.
Mas existem segredos sombrios naquela casa que jamais deveriam ser revelados. Por que Florence sempre sonha com uma misteriosa mulher que insiste em ameaçar seu irmão? O que se esconde a nova preceptora? E por que o tio não permite que ela aprenda a ler? Florence precisa encontrar muitas respostas – sejam elas inventadas ou não, e soluções nem sempre fáceis para proteger Giles, e o seu amor pelos livros, antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas do mundo literário.
Esta última frase “… quem ousou abrir as portas do mundo literário.” me aborrece um bocado.
Ao ler a sinopse do livro, tendemos a pressupor que se trata de um algo ao estilo, talvez, de Desventuras em Série.
Entretanto, ao mergulhar no enredo, nos encontramos em outra história. Uma história guardada em um livro cuja capa e sinopse não fazem muito sentido.
Se você é um leitor que não se empolga com inícios vagarosos e sem emoção, tenho de alertá-lo que este é justamente o começo do livro.
Tem-se a impressão de que a leitura não flui, de que as coisas não andam.
Todavia, depois de longas páginas, chega-se ao verdadeiro combustível da história.
Após a metade do livro, tudo se torna mais vívido, misterioso e com um certo toque do sobrenatural a fim de apimentar os enredos.
E é a partir de então, que tudo flui para o clímax e a parte ativa do romance.
Florence, a protagonista da história, é uma personagem que muito me intrigou.
Comparações com a menina que roubava livros
De início a comparei com a nossa saudosa e irreverente Liesel Meminger, mas logo percebi que nada dela, Florence possuía.
A Menina que não Sabia Ler aprendeu a decifrar os livros ainda no limiar da história e as suas aventuras não eram literárias, como nos faz supor a sinopse do livro.
Depois de alguma relutância e abandono do livro ao longo de um ano, em uma noite, percorri as suas páginas com a ânsia de desvendar os seus mistérios e encontrar as respostas que procurava.
Contudo, eu me decepcionei. Para o leitor que aprecia contos ou enredos em que as linhas dos fatos apresentados não são costuradas ou que não são feitas emendas nos pontos das dúvidas levantadas, essa história, certamente o agradará.
Mas como sou uma leitora ávida pela elucidação das interrogativas apresentadas, não me contentei com o fim que o escritor deu à história.
Perguntas soltas no ar, mistérios que não foram desvendados e questões que não são respondidas.
Concluindo
Assim termina o livro Florence and Giles, sem a perspectiva de saciar as dúvidas esquecidas nas entrelinhas.
Vale a pena a leitura? De certa forma todo livro merece ser lido pelo menos uma vez na vida.
Florence and Giles é um romance escrito para o seu público em especial.
Essa obra é feita para leitores que são apaixonados por contos sombrios e misteriosos.
Portanto, A Menina que não sabia ler consegue misturar o sobrenatural com enredo policial e uma pitada de frescor adolescente.
Por fim, se o leitor aprecia esse tipo de leitura, certamente se agradará do enredo apresentado no decorrer das páginas.
Uma lição que aprendi com esse livro: Jamais. Jamais mesmo, devemos julgar o conteúdo de um livro pela capa.
E você, já leu A Menina que não sabia ler? O que achou? Conte nos comentários.
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Continue escrevendo livros como esses.